Quem sou eu

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Sou um aprendiz da vida, um aluno teimoso e muitas vezes repetente como a maioria, mas, após tantas quedas e solavancos da vida, eu começo a despertar as boas potencialidades latentes em mim. É um processo longo esse, bem o sei, mas não deixarei que pensamentos, sentimentos e emoções doentias tomem o controle da minha vida. Chega de de sofrer por causa dessas escolhas equivocadas! Tudo agora vai acontecendo passo á passo. Nada de pressa nem ansiedade, as coisas não acontecem de uma hora para outra. A natureza não dá saltos. Agradeço ao criador de todas as coisas por essa mudança que começa a se processar em mim.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

E se eu ganhasse na megassena?


E se eu ganhasse na megassena?

    Vejo o sorteio ao vivo e confiro os números que joguei na megassena. Não acredito, acertei o primeiro, o segundo, o terceiro números..... será que a sorte finalmente sorriu pra mim?

E assim foi: acertei também o quarto, o quinto e............

TAMBÉM O SEXTO NÚMERO.

-ESTOU RICO, MILIONÁRIO. Grito a plenos pulmões.
Não sei o que fazer. Uma euforia louca toma conta de mim. Vou ligar pra todo mundo e contar a novidade.     

Pego o telefone, começo a discar, mas penso melhor: Não posso espalhar a novidade, senão todo mundo vai querer um pedaço da minha fortuna. Ganhei 100 milhões de reais, mas é um dinheiro que acabaria num piscar de olhos se todo mundo que conheço resolvesse me pedir ajuda.

  Penso bem no que fazer: vou morar em Paris. Não.  Nova Iorque seria melhor, talvez Londres ou quem sabe numa cidade pequena nos confins do mundo onde ninguém mais me encontrasse.  Não me decido quanto a isso.

 Devo pensar melhor no que fazer. Vou comprar carros blindados, vou 
construir um castelo também à prova de bala, vou viajar pelo mundo. Quem sabe eu possa conhecer Marte. Sempre quis conhecer outros planetas, talvez agora eu possa fazer isso. Pensando melhor, talvez o dinheiro não me dê esse poder todo. Continuo sem saber o que fazer...

Uma coisa, porém eu não posso fazer: NÃO VOU CONTAR A NOVIDADE PARA NINGUÉM.  Isso seria a minha ruína financeira.
Nas primeiras horas, Não queria contar a novidade nem para minha mulher com medo de que ela falasse para alguém. Sabe como é né, mulher não consegue segurar a língua. Refleti um pouco e contei-lhe a novidade, mas fi-la jurar que não falaria para ninguém, nem para as minhas filhas. Se tal ocorresse, eu sumiria e elas não teriam mais noticias minhas.

  Uma grande aflição começou a tomar conta de mim. A síndrome do pânico, o medo da violência, o olho grande dos vizinhos e perseguições que jamais passaram pela minha cabeça. Comecei a imaginar  que haviam me sequestrado, que eu estava sendo torturado e, no auge do desespero,  eu acordei.

 Que bom que tudo não passou de um grande pesadelo. Eu sequer jogo na megassena. Penso que o dinheiro em excesso pode ser uma fonte de tormentos para quem ainda não adquiriu a maturidade necessária de como geri-lo com sabedoria. 

Ao contrario do que muitos imaginam, o dinheiro sem sabedoria e 
solidariedade pode levar e, não raro leva,  muitos seres humanos à perdição. 

 Dinheiro é importante, mas não é tudo em nossa vida. Pensemos nisso antes de qualquer outra coisa.


Francisco Lima. 

Será que Papai Noel morreu?


Será que Papai Noel morreu?

Sempre que chega o final de ano fico pensando nas crenças de quando éramos criança. Na minha geração talvez fôssemos mais ingênuos e menos questionadores da realidade que nos cercava e, por isso mesmo, acredito eu, a grande maioria de nós ainda ficava à espera do bom velhinho para nos trazer um presente de natal. Em grande parte dos lares (incluindo o desse que vos fala) a pobreza era tanta que só restava ELE para nos trazer o tão sonhado presente natalino.
Se ELE não pôde trazer o nosso mimo no ano anterior, pois que talvez estivesse muito ocupado e não tenha podido ir a todos os lugares, pouco nos importa. Para nós, ainda restava a esperança de que ELE iria nos visitar naquele ano. E ficávamos a pensar: Esse ano esse senhor de barbas brancas e rosto simpático há de se lembrar de nós.

-Ingenuidade nossa?
Talvez.

Falta de informação?

É possível, mas Isso não era tão importante assim para nós.

Vivíamos a nossa realidade da maneira que era possível vive-la...

Na vida cotidiana a realidade naquele tempo era outra, pois não tínhamos tanta informação como se tem hoje: não existia internet, as redes sociais eram coisas de filmes futuristas e as informações jornalísticas eram transmitidas via satélite, chegando aos nossos lares (nem todos) pela televisão. Claro, com todos os problemas que pudessem acarretar uma transmissão dessa natureza.

Paremos por aqui com as viagens no tempo da nossa infância, senão o choro pode molhar o papel e estragar tudo o que pretendemos escrever. Chega de saudades, basta de nostalgia! Mas de que eu queria falar mesmo? Já estou até me esquecendo.

A sim. Soube de uma informação, de uma noticia e acho que ela é mesmo quente, mas não sei direito a fonte: fiquei sabendo por aí que PAPAI NOÉL havia morrido. As circunstancias não ficaram muito claras, mas pelo que pude compreender ele caiu num buraco para nunca mais voltar. Não. Nunca mais talvez seja muito tempo, quem sabe ele não consiga escapar dessa com vida, surpreendendo até os céticos quanto à sua recuperação? Muita gente ainda não acredita na sua morte, mas ainda assim vou relatar os fatos que chegaram até a mim.

ELE supostamente andava nas proximidades de uma avenida movimentada duma grande metrópole naquela azafama, apressado em buscar suas muitas encomendas natalinas. Parece que tinha a companhia próxima de Fortuna, a deusa romana do acaso, da sorte, do destino e da esperança. Eles andavam distraidamente e havia uma ponte que ligava os dois mundos: O mundo da realidade, turbulento e racional e o mundo da fantasia, onde a imaginação ganhava ares de realidade.

Eles andaram por muito tempo no mundo da fantasia (supostamente um mundo paralelo ao nosso “mundo real”) e precisavam atravessar a tal ponte para chegarem ao mundo real. Não perceberam que essa ponte estava muito deteriorada e desgastada pelo tempo e acabaram caindo num grande buraco, conhecido como buraco do esquecimento. Ninguém os encontrou, ninguém sabe aonde foram parar. Teriam morrido juntos Papai Noel e a (deusa da) esperança? Isso teria acontecido há alguns anos ou algumas décadas? Ninguém sabe ao certo.

O que podemos observar é que a morte da esperança (vamos chamá-la assim) e de Papai Noel que caíram no buraco do esquecimento deixou muita gente sem chão. A desesperança levou ao desespero e a falta dessas referências pode estar levando à morte da união, do amor, da solidariedade, da ética.

- Vamos todos fazer um mutirão para consertar essa ponte que nos liga ao “mundo paralelo” dos 
nossos ancestrais.

À parte as crenças religiosas, vamos todos nos unir em torno do amor, antes que Afrodite (deusa do 
amor) também caia no buraco do esquecimento e então estaremos todos irremediavelmente perdidos.

Francisco Lima.