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Sou um aprendiz da vida, um aluno teimoso e muitas vezes repetente como a maioria, mas, após tantas quedas e solavancos da vida, eu começo a despertar as boas potencialidades latentes em mim. É um processo longo esse, bem o sei, mas não deixarei que pensamentos, sentimentos e emoções doentias tomem o controle da minha vida. Chega de de sofrer por causa dessas escolhas equivocadas! Tudo agora vai acontecendo passo á passo. Nada de pressa nem ansiedade, as coisas não acontecem de uma hora para outra. A natureza não dá saltos. Agradeço ao criador de todas as coisas por essa mudança que começa a se processar em mim.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

A Intolerância religiosa e a responsabilidade de certos lideres religiosos.

     A Intolerância religiosa e a responsabilidade de certos lideres religiosos.

   É triste ver que ainda hoje acontecem  episódios  lamentáveis como o do apedrejamento de uma menina de 11 anos, apenas por ela estar vestida com as roupas do candomblé.   Vivemos num país que é tido como livre desse tipo de acontecimento.               Por aqui, acredita-se, todas as religiões vivem em harmonia. Mas não é bem assim que acontece na prática. Segundo uma pesquisa feita  entre 2008 e 2011 nos terreiros cariocas denominada cartografia social de terreiros do rio de janeiro e disponível no link  http://www.nima.puc-rio.br/images/MAPCMRA- RJ/TEXTOS/Cartilha%20Mapeamento%20com%20codigo.pdf mais da metade dos terreiros sofreram e sofrem algum tipo de violência devido à intolerância religiosa.  

    Isso quer dizer que sempre tem acontecido algum tipo de violência contra os seguidores dos cultos afro-brasileiros. É triste ver que a ignorância de alguns, aliada aos preconceitos ou interesses de outros tem alimentado esse tipo de situação e quase não vemos debates sérios nas TVs abertas sobre um assunto tão importante para a sociedade brasileira. Quase não há espaço nessas mesmas TVs destinados aos cultos afro-brasileiros e  assim, perpetua-se a ignorância.

  Nesse momento, alguns líderes religiosos tem que parar para pensar na sua responsabilidade como tal.  Eles podem estar insuflando esse tipo de violência, mesmo que a intenção não seja exatamente essa. Tudo o que eles  falam nos seus  templos ganham uma dimensão enorme e eles tem plena consciência disso.  Ninguém pode alegar ignorância quanto a isso,
Assim, é  preciso um pouco mais de responsabilidade quando você, como líder religioso, abre a boca para falar mal da religião a, b ou c. Quando você  fala, por exemplo,  que as religiões afro-brasileiros e o espiritismo, evocam o “demônio” você está insuflando o ódio religioso nos seus fieis e, lamentavelmente,  Isso tem sido muito comum. O  “demônio”, aliás, é a galinha dos ovos dos ovos de ouro de muitos desses charlatões que falam muito mais NELE do que em Deus.  O dia em que ELE for tratado como a figura mítica que realmente é, acabou-se o reinado do medo. Não haverá mais tanto charlatanismo e tanta ignorância.  


Em suma, é preciso que esses senhores  deixem  de lado a hipocrisia e assumam com  responsabilidade  a parte que lhes cabe, ainda que indiretamente,  em todos esses lamentáveis episódios. É urgente que mudem o seu discurso e passem a agir como agentes da paz e da harmonia entre as pessoas, coisa de um verdadeiro líder religioso.

Francisco Lima

terça-feira, 16 de junho de 2015

O PL 6583/2013, o preconceito e a família tradicional.

O PL 6583/2013, o preconceito e a família tradicional.

 Mesmo não sendo muito expansivo na expressão dos meus sentimentos, sempre me emociono quando vejo a entrega de pessoas que muitas vezes abdicam da sua própria existência em favor do próximo. Seres abnegados que vivem apenas para dar alegria, para dar oportunidades aos desvalidos e discriminados numa sociedade tão permeada pela violência nos seus mais diversos aspectos. Essas pessoas tem o prazer de servir o próximo e vivem para essa finalidade,   
Há também aqueles que abraçam uma causa nobilíssima em favor de crianças abandonadas nos muitos orfanatos e abrigos existentes Brasil afora. Essas crianças esperam apenas  uma oportunidade  de ter uma família. Há Pessoas que adotam irmãos que não podem se separar e, por isso, ficam anos a fio esperando. É fácil compreender que  a separação para eles seria por demais dolorosa e representaria a perda da uma referencia fundamental em suas existências. Assim,   essas pessoas dão uma oportunidade rara a esses irmãos.

Mas será que esses entes abandonados pela sorte e pelo destino só se adaptariam ao tipo de família tradicional formado por homem e mulher? 

O amor não seria o principal fator para a felicidade dessas crianças na família adotante?

Para muitos esse amor não é suficiente e os defensores  do PL 6583/2013 ( estatuto da família)  não concebem outro tipo de família que não seja o tradicional formado por homem e mulher. O citado projeto de lei trás logo no seu artigo 2º  “que a “entidade familiar” é definida como o “núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher por meio do casamento ou união estável”.

A sociedade muda, os costumes mudam e quem não acompanha essas mudanças acaba ficando para trás. Não dá para voltar atrás e começar tudo de novo. É até compreensível que muitos queiram preservar o que eles consideram como família tradicional e tenham até boas intenções em seus intentos. Entretanto, há uma forte carga de preconceito no discurso de muitos indivíduos defensores da “família tradicional”. São os mesmos defensores da “moral e dos bons costumes”.

    A sociedade atual precisa é de mais solidariedade, mais amor e temos que ser um pouco mais indulgentes com as pessoas. Vivemos um momento delicado em que o preconceito cresce perigosamente em suas mais diversas vertentes. Discursos às vezes com forte teor preconceituoso e até racista são tidos muitas vezes como normais. A homofobia cresce à medida que os gays vão ganhando mais espaço em nossa sociedade. E o mais trágico disso tudo é que o preconceito quase sempre vem atrelado a um discurso associado a religião.

  Temos que rever nossos paradigmas e defender o que vale realmente a pena. Vamos  defender os direitos das crianças abandonadas de serem adotadas, o direito daqueles que não tem ninguém por eles, o direito de todos,  sem distinção de cor, raça,  credo ou orientação sexual. Defendamos uma sociedade livre do preconceito e do falso moralismo. É disso que precisamos para viver melhor.


Francisco Lima.