Definição
Colonização é o ato de colonizar, ou seja, quando pessoas de um
determinado país ou região vão para uma outra região (desabitada ou com
nativos) para habitar ou explorar. No processo de colonização, ocorre a
influência ou transferência cultural dos colonizadores para os colonizados e
vice-versa.
Existem dois tipos de colonização: de exploração e de povoamento. No
Brasil, por exemplo, a de exploração foi a que predominou, pois os portugueses
vieram para o nosso país, a partir de 1500, para retirar recursos naturais e
minerais (pau-brasil, ouro, diamantes) ou para produzir açúcar, levando o
lucro para Portugal. Os portugueses não estavam interessados em desenvolver o
Brasil. Este mesmo tipo de colonização ocorreu nos países da América que foram
colonizados pela Espanha.
Na colonização de povoamento, os colonizadores buscam desenvolver a
região colonizada. Criam leis, organizam, investem em infraestrutura e lutam
por melhorias. Como exemplo, podemos citar a colonização inglesa nos Estados
Unidos.
Exemplos de colonização na História:
- Colonização Americana: Os Estados Unidos foram colonizados por
ingleses. O Canadá foi colonizado pelos ingleses e franceses. O Brasil foi
colonizado pelos portugueses. Os países de língua espanhola da América (Argentina,
México, Peru, Bolívia, Equador, Venezuela, Uruguai, Paraguai, Colômbia, Chile,
entre outros) sofreram colonização espanhola.
- Colonização da África: os países africanos foram colonizados pelos
europeus (colonização de exploração). Portugal, por exemplo, colonizou Angola, Moçambique e
Cabo Verde. A África do Sul foi colonizada pelos ingleses. Marrocos e Argélia
foram colonizados pela França.
- Colonização da Oceania: tanto Austrália quanto a Nova Zelândia foram
colonizadas pela Inglaterra.
História do Brasil Colônia
- O Período Colonial
Tratado de Tordesilhas,
Descobrimento do Brasil, Capitanias Hereditárias, Exploração do pau-brasil,
escravidão indígena e africana, ciclo da cana-de-açúcar, domínio holandês no
Brasil, bandeirantes, ciclo do ouro, Guerra dos Emboabas, Revoltas
Engenho de açúcar da época
colonial
Engenho de açúcar da época
colonial
O
Período Pré-Colonial: A fase do pau-brasil (1500 a 1530)
A expressão
"descobrimento" do Brasil está carregada de eurocentrismo
(valorização da cultura europeia em detrimento das outras), pois desconsidera a
existência dos índios em nosso país antes da chegada dos portugueses. Portanto,
optamos pelo termo "chegada" dos portugueses ao Brasil. Esta ocorreu
em 22 de abril de 1500, data que inaugura a fase pré-colonial.
Neste período não houve a
colonização do Brasil, pois os portugueses não se fixaram na terra. Após os
primeiros contatos com os indígenas, muito bem relatados na carta de Caminha,
os portugueses começaram a explorar o pau-brasil da Mata Atlântica.
O pau-brasil tinha um
grande valor no mercado europeu, pois sua seiva, de cor avermelhada, era muito
utilizada para tingir tecidos. Para executar esta exploração, os portugueses
utilizaram o escambo, ou seja, deram espelhos, apitos, chocalhos e outras
bugigangas aos nativos em troca do trabalho (corte do pau-brasil e carregamento
até as caravelas).p
Nestes trinta anos, o
Brasil foi atacado pelos holandeses, ingleses e franceses que tinham ficado de
fora do Tratado de Tordesilhas (acordo entre Portugal e Espanha que dividiu as
terras recém descobertas em 1494). Os corsários ou piratas também saqueavam e
contrabandeavam o pau-brasil, provocando pavor no rei de Portugal. O medo da
coroa portuguesa era perder o território brasileiro para um outro país. Para
tentar evitar estes ataques, Portugal organizou e enviou ao Brasil as
Expedições Guarda-Costas, porém com poucos resultados.
Os portugueses continuaram
a exploração da madeira, construindo as feitorias no litoral que nada mais eram
do que armazéns e postos de trocas com os indígenas.
No ano de 1530, o rei de
Portugal organizou a primeira expedição com objetivos de colonização. Esta foi
comandada por Martin Afonso de Souza e tinha como objetivos: povoar o
território brasileiro, expulsar os invasores e iniciar o cultivo de
cana-de-açúcar no Brasil.
A
fase do Açúcar (séculos XVI e XVII )
O açúcar era um produto de
muita aceitação na Europa e alcançava um grande valor. Após as experiências
positivas de cultivo no Nordeste, já que a cana-de-açúcar se adaptou bem ao
clima e ao solo nordestino, começou o plantio em larga escala. Seria uma forma
de Portugal lucrar com o comércio do açúcar, além de começar o povoamento do
Brasil. A mão-obra-obra escrava, de origem africana, foi utilizada nesta fase.
O trabalho escravo num engenho de açúcar
Administração
Colonial
Para melhor organizar a
colônia, o rei resolveu dividir o Brasil em Capitanias Hereditárias. O
território foi dividido em faixas de terras que foram doadas aos donatários.
Estes podiam explorar os recursos da terra, porém ficavam encarregados de
povoar, proteger e estabelecer o cultivo da cana-de-açúcar. No geral, o sistema
de Capitanias Hereditárias fracassou, em função da grande distância da
Metrópole, da falta de recursos e dos ataques de indígenas e piratas. As capitanias
de São Vicente e Pernambuco foram as únicas que apresentaram resultados
satisfatórios, graças aos investimentos do rei e de empresários.
Após a tentativa
fracassada de estabelecer as Capitanias Hereditárias, a coroa portuguesa
estabeleceu no Brasil o Governo-Geral. Era uma forma de centralizar e ter mais
controle da colônia. O primeiro governador-geral foi Tomé de Souza, que recebeu
do rei a missão de combater os indígenas rebeldes, aumentar a produção agrícola
no Brasil, defender o território e procurar jazidas de ouro e prata.
Também existiam as Câmaras
Municipais que eram órgãos políticos compostos pelos "homens-bons".
Estes eram os ricos proprietários que definiam os rumos políticos das vilas e
cidades. O povo não podia participar da vida pública nesta fase.
A capital do Brasil neste
período foi Salvador, pois a região Nordeste era a mais desenvolvida e rica do
país.
A
economia colonial
A base da economia
colonial era o engenho de açúcar. O senhor de engenho era um fazendeiro
proprietário da unidade de produção de açúcar. Utilizava a mão-de-obra africana
escrava e tinha como objetivo principal a venda do açúcar para o mercado
europeu. Além do açúcar destacou-se também a produção de tabaco e algodão.
As plantações ocorriam no
sistema de plantation, ou seja, eram grandes fazendas produtoras de um único
produto, utilizando mão-de-obra escrava e visando o comércio exterior.
O Pacto Colonial imposto
por Portugal estabelecia que o Brasil só podia fazer comércio com a metrópole.
A
sociedade Colonial
A sociedade no período do
açúcar era marcada pela grande diferenciação social. No topo da sociedade, com
poderes políticos e econômicos, estavam os senhores de engenho. Abaixo,
aparecia uma camada média formada por trabalhadores livres e funcionários
públicos. E na base da sociedade estavam os escravos de origem africana.
Era uma sociedade
patriarcal, pois o senhor de engenho exercia um grande poder social. As
mulheres tinham poucos poderes e nenhuma participação política, deviam apenas
cuidar do lar e dos filhos.
A casa-grande era a
residência da família do senhor de engenho. Nela moravam, além da família,
alguns agregados. O conforto da casa-grande contrastava com a miséria e
péssimas condições de higiene das senzalas (habitações dos escravos).
Invasão
holandesa no Brasil
Entre os anos de 1630 e
1654, o Nordeste brasileiro foi alvo de ataques e fixação de holandeses.
Interessados no comércio de açúcar, os holandeses implantaram um governo em
nosso território. Sob o comando de Maurício de Nassau, permaneceram lá até
serem expulsos em 1654. Nassau desenvolveu diversos trabalhos em Recife,
modernizando a cidade.
Expansão
territorial: bandeiras e bandeirantes
Foram os bandeirantes os
responsáveis pela ampliação do território brasileiro além do Tratado de
Tordesilhas. Os bandeirantes penetram no território brasileiro, procurando
índios para aprisionar e jazidas de ouro e diamantes. Foram os bandeirantes que
encontraram as primeiras minas de ouro nas regiões de Minas Gerais, Goiás e
Mato Grosso.
O
bandeirante Domingos Jorge Velho
O Ciclo do Ouro: século XVIII
Após a descoberta das
primeiras minas de ouro, o rei de Portugal tratou de organizar sua extração.
Interessado nesta nova fonte de lucros, já que o comércio de açúcar passava por
uma fase de declínio, ele começou a cobrar o quinto. O quinto nada mais era do
que um imposto cobrado pela coroa portuguesa e correspondia a 20% de todo ouro
encontrado na colônia. Este imposto era cobrado nas Casas de Fundição.
A descoberta de ouro e o
início da exploração da minas nas regiões auríferas (Minas Gerais, Mato Grosso
e Goiás) provocou uma verdadeira "corrida do ouro" para estas
regiões. Procurando trabalho na região, desempregados de várias regiões do país
partiram em busca do sonho de ficar rico da noite para o dia.
O trabalho dos tropeiros
foi de fundamental importância neste período, pois eram eles os responsáveis
pelo abastecimento de animais de carga, alimentos (carne seca, principalmente)
e outros mantimentos que não eram produzidos nas regiões mineradoras.
Desenvolvimento urbano nas
cidades mineiras
Cidades começaram a surgir
e o desenvolvimento urbano e cultural aumentou muito nestas regiões. Foi neste
contexto que apareceu um dos mais importantes artistas plásticos do Brasil :
Aleijadinho.
Vários empregos surgiram
nestas regiões, diversificando o mercado de trabalho na região aurífera.
Igrejas foram erguidas em cidades como Vila Rica (atual Ouro Preto), Diamantina
e Mariana.
Para acompanhar o
desenvolvimento da região sudeste, a capital do país foi transferida de
Salvador para o Rio de Janeiro.
Igreja
de Ouro Preto
Revoltas Coloniais e Conflitos
Em função da exploração
exagerada da metrópole ocorreram várias revoltas e conflitos neste período:
- Guerra dos Emboabas : os
bandeirantes queriam exclusividade na exploração do ouro nas minas que
encontraram. Entraram em choque com os paulistas que estavam explorando o ouro
das minas.
- Revolta de Filipe dos
Santos : ocorrida em Vila Rica, representou a insatisfação dos donos de minas
de ouro com a cobrança do quinto e das Casas de Fundição. O líder Filipe dos
Santos foi preso e condenado a morte pela coroa portuguesa.
- Guerra dos Mascates -
ocorrida entre 1710 e 1711 na capitania de Pernambuco, foi uma rebelião
nativista pela disputa de poder político entre as cidades de Olinda e Recife. O
conflito ocorreu, principalmente, entre a aristocracia açucareira de Olinda e
os mascates (comerciantes portugueses) de Recife.
- Inconfidência Mineira (1789) : liderada por
Tiradentes , os inconfidentes mineiros queriam a libertação do Brasil de
Portugal. O movimento foi descoberto pelo rei de Portugal e os líderes
condenados.