A Independência do Brasil,
A Independência do Brasil, ocorrida em 7 de setembro de 1822,
é um dos acontecimentos mais importantes da história do Brasil, haja vista que
foi nesse momento que houve uma clara ruptura com as Cortes Portuguesas. Para entendermos
bem como se desenrolou o processo de Independência, é necessário que saibamos
um pouco do contexto em que tanto Portugal quanto o Brasil estavam inseridos
nas primeiras décadas do século XIX.
Sabemos que,
em 1808, o Brasil havia
sido alçado à condição de Reino Unido, junto a Portugal e Algarves – em decorrência da fuga da Família
Real Portuguesa de sua terra, que ocorreu em razão da ofensiva das tropas de
Napoleão Bonaparte. Como o Brasil tornou-se a sede desse Reino Unido, muitas
transformações de toda ordem (política, cultural, econômica e social) ocorreram
por aqui nesse período.
A atuação política
de brasileiros, desde os mais radicais até os mais moderados, passou a ter
amplo destaque durante a presença do príncipe regente D. João VI e de sua família aqui. Os problemas tiveram início
quando, após a queda do Império Napoleônico, em 1815, uma onda de reconfiguração política deslanchou-se por toda a
Europa, atingido também Portugal. Em 1820, houve a Revolução Liberal do Porto e, antes disso, a Conspiração de Lisboa, em 1817. A Revolução do Porto teve
grande apoio de todas as camadas da população portuguesa, que passaram a exigir
a convocação das Cortes para a elaboração de uma nova constituição para o Reino
de Portugal.
Os membros da
revolução também exigiram a volta da Família Real Portuguesa, que teve de sair
do Brasil, deixando Dom Pedro, filho de Dom João
VI, como príncipe regente no país. O ano de 1821 foi permeado por intensas
discussões nas Cortes de Lisboa. O Brasil, na condição de membro do Reino
Unido, também enviou para as Cortes os seus representantes, entre eles, o
famoso Antônio Carlos de Andrada, irmão de José Bonifácio de Andrada e Silva, um dos “arquitetos” do Império do
Brasil.
Nas discussões das
Cortes Gerais Portuguesas, os embates entre brasileiros e lusitanos tornaram-se
inevitáveis, sobretudo pelo fato de alguns portugueses desejarem a volta do
Brasil à condição de colônia de Portugal. Com a resistência dos brasileiros a
essa perspectiva, restava aos portugueses exercer maior pressão. Uma das
manobras foram as tentativas de obrigar o príncipe Dom Pedro a regressar a
Portugal, deixando então os brasileiros sem representante legítimo em seu solo.
O episódio mais emblemático que ilustra
essa situação e que se tornou uma espécie de “prólogo da Independência” foi a
decisão de Dom Pedro, no dia 9 de janeiro de
1822, em optar por ficar no Brasil. Esse
dia ficou conhecido como Dia do Fico.
Nos meses que se seguiram, os conflitos com os portugueses tornaram-se
ainda mais intensos. Em 07 de setembro daquele mesmo ano (1822), a
Independência foi consumada, como afirma Boris Fausto:
Alcançado em 7 de setembro de 1822,
às margens do riacho Ipiranga, dom Pedro proferiu o chamado Grito do Ipiranga,
formalizando a independência do Brasil. Em 1º de dezembro, com apenas 24 anos,
o príncipe regente era coroado Imperador, recebendo o título de dom Pedro I. O
Brasil se tornava independente, com a manutenção da forma monárquica de
governo. Mais ainda, o novo país teria no trono um rei português. Este último
fato criava uma situação estranha, porque uma figura originária da Metrópole
assumia o comando do novo país. Em torno de dom Pedro I e da questão da sua
permanência no trono muitas disputas iriam ocorrer, nos anos seguintes. [1]
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