Quem sou eu

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Sou um aprendiz da vida, um aluno teimoso e muitas vezes repetente como a maioria, mas, após tantas quedas e solavancos da vida, eu começo a despertar as boas potencialidades latentes em mim. É um processo longo esse, bem o sei, mas não deixarei que pensamentos, sentimentos e emoções doentias tomem o controle da minha vida. Chega de de sofrer por causa dessas escolhas equivocadas! Tudo agora vai acontecendo passo á passo. Nada de pressa nem ansiedade, as coisas não acontecem de uma hora para outra. A natureza não dá saltos. Agradeço ao criador de todas as coisas por essa mudança que começa a se processar em mim.

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Descobertas sobre Lucas.

 O suicídio do menino Lucas deixou atônita toda a comunidade. Todos queriam entender o ocorrido, mas não havia uma resposta única, pois eram muitas as suposições. O sexteto da alegria, porém, trabalhou bastante até encontar os primeiros indícios da verdade. 

Na escola foi fundamental a abordagem de um personagem, depois de inúmeras tentativas infrutíferas. Era João, um personagem já nosso conhecido. Um dia Pyerre falava com ele sobre outras coisas:

- E sua família João? Já se acertou com sua mãe e pai?

- Sim.  Eles não mudaram de ideia com relação ao que pensam. Disseram que me aceitam, mas não querem me ver com namorado em hipótese alguma.

- Ninguém muda de hora para outra né.

- Mas eu até estive melhor, mas...

- Mas continua se sentindo um peixe fora d'água.

- Não é isso. O Lucas.... E caiu em prantis antes de terminar o que ia falar.

- Quer dizer que você e o Lucas.... 

João balançou a cabeça afirmativamente. 


Pyerre pensou muito em tudo aquilo. Como o destino estava sendo irônico com eles? Quem diria que João seria o elo que ligava os dois casos?




quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Momento de muita tristeza

 

O conjuntão regurgitava. Gente de várias partes de padre Miguel chegava na rua F, diante da inusitada ocorrência.

Como “repórteres informais”, o sexteto de amigos lá estava para saber o que havia acontecido, embora já tivessem ciência do fato que gerava apreensão em todos. Lá chegando Pyerre (que estava mais à frente) ouve a conversa de dois homens de vestidos de vermelho:

- Qual a causa da morte ? 

- Aparentemente suicídio por ingestão de chumbinho. 

- Qual a idade ?

- 16 anos.

O dialogo acima serve apenas para informar os leitores,  pois, Lucas, o personagem central dessa triste narrativa,   era colega do grupo, mas sempre se mostrou um menino muito reservado e, às vezes,  até um tanto arredio.

- A conversa que ouvi dos bombeiros mostra o desfecho  trágico de mais um caso de possível depressão na adolescência..... Comentou Pyerre com os colegas que acabavam de chegar.

- Talvez ele precisasse apenas de um ombro amigo, de alguém que pudesse ouvi-lo sem critica. Posicionou-se Gabriela triste e pensativa.  

 - Às vezes um acontecimento desses pode gerar ações de prevenção que  possam evitar que outras crianças e adolescentes tirem a própria vida. O ponderado Miguel também mostrou uma tristeza evidente na sua fala. 

- Mas, lamentavelmente, o suicídio continua sendo um assunto tabu em nossas sociedades. A fala triste e indignada de Edu mostra a omissão social em torno de assunto gravíssimo.

- As pessoas dizem que falar no assunto e mostrar dados  acaba incentivando o ato. Até a calada Juliana não deixou de dar a sua opinião de forma muito assertiva.  

- Eu não concordo com o silêncio da escola, das instituições e da sociedade em geral a  respeito de assunto tão grave!  Pyerre se  mostra indignado diante de tal omissão.

- Uma vez busquei dados sobre suicídio na internet e descobri um aumento  assustador no número de jovens e adolescentes que se matam. Não vejo alternativa senão falar e debater exaustivamente o assunto. Maria Clara foi muito “clara” na sua fala.

- O SUICÍDIO É A TERCEIRA CAUSA DE MORTE ENTRE OS JOVENS DE 15 A 29 ANOS. GABRIELA ESTAVA ESCANDALIZADA COM TANTO DESCASO!

- Fico pensando: Será que isso não é suficiente para que haja orientação nas escolas sobre um assunto tão delicado? Pyerre interveio convidando todos a uma reflexão.  

- Milhares de jovens tiram a própria vida no Brasil todo ano. Só no estado da Bahia, segundo a OMS, foram quase seis mil suicídios entre 2010 e 2019. Todos pensavam nesses alarmantes números apresentados por Maria...

-Será que com orientação, diálogos e debates na escola e em outros ambientes sociais essa situação não seria amenizada ? Miguel e Eduardo falaram isso quase ao mesmo tempo. Parecia leitura de pensamento.

Somos apensas adolescentes, mas estamos de concordo com aqueles que apontam o suicídio como uma questão de saúde pública.  Então, achamos válido quebrar esse tabu. Falaram todos em uníssono!

O sexteto era só tristeza naquele dia, mas a tarefa urgente, para eles (e elas) era investigar as possíveis causas da tragédia que acometeu Lucas. Procurariam as poucas pessoas mais próximas a ele e tudo fariam para descobrir, de fato, o que pode ter levado a esse desfecho tão triste.

As tristezas  também fazem parte da vida! Todos pensaram isso e alguns até expressaram tal pensamento, mas com distintas palavras.

Tristeza mais uma vez, mas a vida segue seu curso de aprendizado para os nossos personagens!!

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

O sexteto da alegria e a questão envolvendo João.

 A questão envolvendo João…


Naquele dia houve, entre outras coisas,  uma intensa discussão no grupo dos seis sobre o caso de um menino que "resolveu", digamos, sair do armário:


  • Mas a família dele é cristã! Não acho que os pais estejam totalmente errados, disse Edu.


  • Mas Jesus jamais discriminou alguém. Ao contrário, ele acolhia a todos. Gabriela deu sua opinião.


  • Acho que esse assunto é muito pessoal e não cabe a ninguém interferir. Kawane também opinou de forma assertiva. 


  • Acho que em quaisquer circunstância,    os pais têm que ter muito amor pelos filhos, mas há também  a questão de uma certa cultura religiosa que, as vezes, interfere demasiadamente na opinião que as pessoas podem formar sobre certos assuntos, principalmente no tocante a sexualidade,   


Papo vai, papo vem, e a conversa tá rolando por horas a fio, mas  até agora não fizemos um parêntese para  jogar uma lupa sobre como veio a tona o assunto em questão. 

Pois bem, o problema envolve João, um amigo do grupo que foi abordado pela mãe ao chegar em casa:


  • Sua prima disse que você anda se declarando gay na escola. Ela foi seca e direta. 


  • Não é nada disso mãe! O menino ainda tentou se esquivar.


  • Nós somos de família cristã e contrários à pederastia. Deus criou o homem e a mulher!


  • Mas Jesus não discriminava ninguém, ainda falou um indignado e corajoso João.


  • Seu não vai gostar nada de saber que tem um filho viadinho em casa! A mãe dispara tais palavras sem um mínimo de sensibilidade e muito menos ainda, de espírito cristão. 


  • Não esperava que você fosse tão preconceituosa! O menino disse tais palavras chorando e saindo correndo de casa. 


Se tivesse aonde ficar, João não voltaria mais para casa. Ele se sentia sem chão e sua vida, naquele momento, parecia-lhe desprovida de sentido. 


  • Talvez fosse melhor eu desaparecer de vez, pois ninguém gosta mesmo de mim! Tais pensamentos tomavam de assalto aquele frágil adolescente de 15 anos que não entendia como uma simples questão de orientação sexual pudesse ganhar contornos tão graves. 


João andou por horas querendo apenas um ouvido complacente. Alguém que pudesse ouvi-lo sem julgamento, sem a “hipocrisia” do preconceito em nome de uma certa religiosidade.  


Chegando próximo da nave do conhecimento, totalmente desnorteado, ele encontra Camila, uma colega do nono da mesma escola que ele. Ela percebe sua tristeza e pergunta?


  • Posso ajudá-lo em alguma coisa? As lágrimas descem sem controle e joão desabafa: 


  • Me sinto um peixe fora d'água! Meus pais não me aceitam. Ele contou tudo o que aconteceu, seu diálogo nada amistoso com a mãe e de como saiu chorando para a rua sem rumo e sem vontade de voltar para casa. 


  • Se acalme meu querido! Você não fez nada de errado. Eles vão ter que te aceitar. 


  • Mas eu não quero voltar para casa! 


Antes que Camila falasse mais alguma coisa, o sexteto da alegria foi visto saindo naquele momento da nave do conhecimento onde estiveram fazendo uma pesquisa de ciências. 


  • Soubemos do seu drama e estamos todos com você! Gabriela foi direto ao ponto. 

  • Não sofra, pois você não fez nada de errado. Tudo vai passar! Pyerre acompanhou a opinião de Gabriela.  


Nesse momento, todos deram um abraço coletivo em João que só precisava disso para se sentir totalmente acolhido. Conversaria com os pais para resolver de vez a questão. Até sairia de casa se preciso fosse, mas estava decidido a enfrentar esse drama movido a preconceito.


No próximo episódio veremos o desenrolar desse drama.