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Sou um aprendiz da vida, um aluno teimoso e muitas vezes repetente como a maioria, mas, após tantas quedas e solavancos da vida, eu começo a despertar as boas potencialidades latentes em mim. É um processo longo esse, bem o sei, mas não deixarei que pensamentos, sentimentos e emoções doentias tomem o controle da minha vida. Chega de de sofrer por causa dessas escolhas equivocadas! Tudo agora vai acontecendo passo á passo. Nada de pressa nem ansiedade, as coisas não acontecem de uma hora para outra. A natureza não dá saltos. Agradeço ao criador de todas as coisas por essa mudança que começa a se processar em mim.

domingo, 5 de maio de 2024

Primeiro texto da pesquisa do segundo bimestre nono ano.

 Representações republicanas, a imagem da mulher e sua luta por direitos.

Apesar de bem-sucedidos na difusão da imagem de Tiradentes, os republicanos não tiveram o mesmo resultado com representações femininas da República.

Desde Roma, figuras de mulheres foram utilizadas para representar a República, visto que se trata de uma palavra de gênero feminino. Na França, ela se popularizou a partir da II República (1848-1852), quando essa imagem recebeu o nome de Marianne.

Ela esteve presente em várias obras daquele país, quase sempre representada com um gorro vermelho, conhecido como barrete frígio.

Como muitos republicanos brasileiros se inspiravam nos símbolos franceses, não demorou muito para que essa imagem ganhasse alguns quadros, charges e bustos de artistas identificados com a nova configuração política do país.

Embora quase sempre representada como na imagem acima, os positivistas associaram a República à maternidade, a fim de ressaltar o papel da família na construção da Nação.

A mulher também poderia simbolizar simultaneamente múltiplas ideias distintas: República, Pátria, Liberdade, Revolução – todas palavras femininas.

Quando a nova forma de governo se revelou não ser exatamente o que muitos de seus entusiastas esperavam, diversas caricaturas passaram a se utilizar da Marianne para satirizar as contradições da República.

Por vezes ela era representada como uma mulher idosa, a fim de evidenciar sua prematura decadência, enquanto em outras ela é identificada como moribunda. Mais comum foi associá-la a uma prostituta, simbolizando a imoralidade da política brasileira a partir de 1889.

A decepção foi muito grande e logo que os republicanos conservadores assumem o poder, tratam de colocar a mulher num papel secundário ou deixar para o papel que sempre lhe coube historicamente como mostra o quadro a seguir:

(Pedro Bruno. A Pátria, 1919. Museu da República, Rio de Janeiro.)


As mulheres retratadas no quadro são a esposa e filhas de Benjamin Constant, um dos principais entusiastas do novo regime no país, cujo quadro se encontra ao fundo do aposento, juntamente com o de Deodoro e de Tiradentes.

Desempenhando papel semelhante ao da Marianne, personagem que simbolizava a República francesa, as mulheres da obra representam o regime republicano brasileiro, construído pelas mãos que tecem a bandeira nacional.

Com isso, buscava-se despertar sentimentos patrióticos naqueles que contemplassem o quadro. Ao mesmo tempo, as mulheres são acompanhadas de bebês e crianças de colo, representando não somente a jovialidade da República brasileira, mas a maternidade que se legava ao feminino naquele período.

Mesmo com todas as lutas das mulheres por igualdade de direitos isso não aconteceu na primeira república (1889-1930) e em tese, só passaram a ter direito a voto na constituição de 1934, direito esse que foi abolido com o golpe do estado novo no final de 1937. Ou seja, o direito à participação política das mulheres vem sendo negado há séculos e até os dias atuais ainda se busca a tão sonhada igualdade com os homens.



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